Nunca Saberás (quanto tempo te resta)

Quando escrevi esta canção pela primeira vez, não fazia ideia de que se tornaria na música que testemunharia a transição da minha querida cadela, Vegeta. Uma parte de mim já sabia que o momento estava a chegar. A sua saúde estava a deteriorar-se muito rapidamente, e a ida ao veterinário foi apenas uma confirmação e uma última tentativa de a manter neste plano físico.

Depois da sua partida, quando voltei ao trabalho, ouvi algo nesta canção que nunca tinha ouvido antes. É que eu escrevi esta música para o meu antigo companheiro, numa altura em que percebi que, nos nossos momentos mais difíceis, tudo o que eu queria sentir era apenas o seu amor. Apenas um abraço, um sorriso—ações tão simples, e ainda assim de um poder imenso.

Mas depois da Vegeta partir, tudo em que conseguia pensar era no quanto iria sentir falta da sua presença física: o seu pêlo macio, o seu cheirinho doce que me fazia sentir em casa, cada pequeno detalhe que me lembro. Não quero nunca esquecer nenhum desses pormenores que faziam dela quem ela era. E ao ouvir a canção, foi como se fosse ela a cantar para mim! Como é possível?! Era a minha própria voz, letras escritas há tantos anos, mas era ela a dizer-me: “Nos teus momentos mais escuros, minha querida amiga humana, tudo o que eu queria era sentir o teu amor, o teu abraço, o teu sorriso. Mas estavas tão perdida, tão consumida pela tua dor que nunca reparaste.”

E então chorei, muito. Ainda choro enquanto escrevo isto. Porque nunca tinha pensado em quanto a minha dor (e o meu foco nessa dor) estava a magoar não só a mim, mas também ao meu antigo parceiro e à minha companheira de quatro patas. Ela sentia a tensão, a dor. Tantas vezes ela voava alto, mas eu mantinha os pés presos ao chão. Tudo o que ela queria era que voássemos com ela. É isso que todos os nossos amigos peludos querem de nós—que vivamos com leveza, que apreciemos as coisas simples deste mundo, e que o façamos com eles. Mas acho que nunca saberemos como.

Bem, estou a aprender, Vegeta. Obrigada, do fundo do coração, por teres sido uma professora tão, mas tão paciente.

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